26 de abril de 2024 - 07:45

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PSDB oficializa candidatura de Rodrigo Garcia ao Governo de SP

O governador Rodrigo Garcia foi oficializado neste sábado (30) como candidato do PSDB à disputa pela reeleição ao cargo em São Paulo.

A convenção acontece com o cargo de vice e o de senador da chapa ainda vazios. O ex-governador João Doria (PSDB), em viagem aos Estados Unidos, não participou do evento. Rodrigo era vice de Doria.

Rodrigo chegou ao ginásio do Ibirapuera, às 11h15, em seu Fusca branco, fabricado em 1969, e sob a canção Fuscão Preto do Trio Parada Dura. O evento, como a campanha, tem o mote de “paulista raiz”.

Na sua vez de discursar, Rodrigo chamou ao palco Tomás, filho de Bruno Covas, e deu início a um vídeo que homenageia o ex-prefeito de São Paulo, morto em maio de 2021. “Vivi ao lado do Mario Covas as transformações que foram realizadas no estado de São Paulo, que naquela época estava quebrado”, disse Rodrigo, que citou ainda José Serra, Geraldo Alckmin e João Doria.

O candidato se comprometeu com a responsabilidade fiscal e os programas sociais. “A independência desse país saiu de São Paulo, a independência é a autonomia de um estado que sabe o valor da democracia. Vamos combater, não pegando armas, mas com ideias”, disse o governador. “Quando se faz um hospital, uma estrada, um Poupatempo, não é para atender quem é de direita ou de esquerda. É um estado para atender milhões de pessoas.”

Rodrigo mandou recados sem citar os nomes dos seus dois principais adversários na corrida eleitoral, o petista Fernando Haddad e o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Meus adversários estão vindo para dividir o estado. Um desses teve oportunidade governar essa cidade, mas depois na sua avaliação tomou cartão vermelho. O Datafolha determinou que aquela gestão foi uma das piores. Meu adversário teve a proeza de fazer com que filas e creches aumentassem em São Paulo”, disse o tucano em alusão a Haddad.

“O outro adversário chegou agora, caiu de paraquedas para defender interesses não de SP, mas de um grupo político. Quer fazer de SP um parque de diversão de presidente da República. Aqui, não. Não venha falar mal de São Paulo”, disse Rodrigo, aos berros, em referência a Tarcísio.

O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, seguiu na mesma linha.

“São Paulo é a terra da oportunidade e não do oportunismo, é um estado berço da independência. Nem nossos adversários conseguem criticar o Bom Prato, a Rede Lucy Montoro. Estamos aqui, hoje, para o futuro com Rodrigo Garcia”, disse.

Com a confirmação da coligação de dez partidos (PSDB/Cidadania, além de União Brasil, MDB, PP, Podemos, Solidariedade, Patri, Pros e Avante), Rodrigo deverá ter 4 minutos e 18 segundos no horário eleitoral obrigatório de TV e rádio.

Os seus dois principais concorrentes, Fernando Haddad (PT), que lidera as pesquisas, terá 2 minutos e 15 segundos, e o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) ficará com 2 minutos e 22 segundos.

Em relação à questão do vice, a intenção do governador sempre foi a de compor a chapa com uma mulher como forma de conquistar uma boa fatia do eleitorado feminino.

No entanto, a escolha do vice tem sido permeada por pressões de políticos sobretudo da União Brasil e do MDB, duas das dez siglas que formam a sua coligação.

A aliança com a União Brasil é estratégica para dobrar o tempo de televisão da campanha de Rodrigo. A União é a sigla, resultante da fusão entre PSL e DEM, isto é, a maior do país em número de deputados e, portanto, em tempo de TV e fundo eleitoral.

Apenas os seis maiores, no entanto, são considerados para a distribuição da propaganda eleitoral.

O MDB reivindicava que o tucano cumprisse com acordo feito por Rodrigo com o então prefeito Bruno Covas (morto em maio de 2021), o de encabeçar um vice do PSDB.

Edson Aparecido, secretário municipal nos dois primeiros anos de Covid-19 em São Paulo, trocou o PSDB pelo MDB e aguardava ser convidado por Rodrigo. Aparecido pediu exoneração em abril, mas o convite não veio.

Nesse embaraço para escolha do vice, equipe de campanha de Rodrigo encomendou um estudo, feito por cientistas políticos e outros especialistas nas áreas socioeconômicas, para desvendar o perfil dos possíveis candidatos ao cargo de vice.

Foram analisados nomes como o da senadora Mara Gabrilli e a deputada federal (licenciada) Bruna Furlan, ambas do PSDB, e Gabriela Manssur, promotora de Justiça, filiada ao MDB e criadora do projeto Justiceiras, que auxilia mulheres vítimas de violência e oferece atendimentos nas áreas médica, psicológica, social e jurídica, além de Renata Abreu (Podemos).

Outro nome que entrou no páreo foi o de Rosângela Moro, filiada ao União Brasil em São Paulo. Uma ala entre os tucanos torceu os dedos para dar errado, pois acreditavam que, com ela, Rodrigo teria dificuldades de angariar votos dos bolsonaristas. O dossiê foi entregue a Rodrigo no início desta semana.

Em meio à ameaça de Edson Aparecido ser preterido na escolha do vice, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), chegou a colocar em dúvida o seu apoio a Rodrigo. Mas, em seu discurso neste sábado, Nunes reiterou o seu apoio. “Não é uma luta fácil, não existe campanha, temos com você, Rodrigo, a responsabilidade de trabalhar muito”, falou o prefeito.

Rodrigo tem como principal mote da campanha até o momento ser um “paulista raiz”, em uma maneira de se diferenciar de Tarcísio de Freitas –que é carioca e vivia em Brasília.

Ainda nesta seara, ele ressalta suas ligações com o interior paulista, divulgando a imagem de caubói, em um aceno ao agro, que disputa com Tarcísio.

O atual governador também atua para se desvencilhar da impopularidade de seu antecessor, João Doria (PSDB), sempre frisando ter atuado no governo de diversos administradores do estado. Esse ponto, inclusive, deve ser a principal fraqueza explorada por adversários durante a campanha eleitoral.

A aposta de Rodrigo é no poder da máquina estadual, tendo o asfalto como um dos carros-chefe. Para se ter uma ideia, a previsão é que o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) gaste R$ 9,7 bilhões neste ano, valor equivalente a mais de seis vezes o orçamento da Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pela assistência social no estado, com R$ 1,5 bilhão previstos.

Os anúncios de melhorias em estradas também são uma maneira de o atual governador se contrapor Tarcísio, chamado pelos bolsonaristas de “Tarcisão do Asfalto”, mas que teve performance insignificante nesta área no estado, entregando apenas 18 km de asfalto.

Em outro aceno ao interior, o governo multiplicou por 15 seus gastos em 2021 com distribuição de tratores e veículos para cidades paulistas e com aumento nos auxílios e créditos para produtores rurais.

No total, o Orçamento de 2021 previa R$ 770 milhões para a pasta da Agricultura, sendo R$ 81,8 milhões em investimentos -descontados gastos com custeio. O ano terminou com R$ 2 bilhões pagos pela pasta, sendo R$ 1,2 bilhão em investimentos.

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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