26 de abril de 2024 - 04:32

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Injeção de ar pelo ânus pode se tornar alternativa de tratamento para a covid-19

Em busca de uma nova terapia que ajude no tratamento de pessoas que estão com problemas nos pulmões, cientistas estão experimentando uma nova técnica que consiste na injeção de trilhões de pequenas bolhas de oxigênio através do ânus —e as cobaias são porcos.

Um estudo detalhando essa técnica mostrou o aumento dos níveis de oxigênio no sangue e a redução dos níveis de dióxido de carbono nos corpos dos animais cujos pulmões tinham sido danificados com ingestão de fumaça.

A abordagem, usando o reto dos animais, tem atraído a atenção em estudos de especialistas. No começo do ano, um outro estudo, desta vez no Japão, registrou resultados promissores.

Em entrevista ao site New Scientist, Robert Scribner, da Respirogen, empresa sediada no Colorado criada para comercializar a técnica, explicou que essa terapia pode ajudar pacientes humanos, seja qual for a causa de seu baixo nível de oxigênio no sangue, como, por exemplo, pessoas com covid-19.

Para aplicar a técnica, os cientistas usaram 12 porcos, com pesos entre 40 kg e 50 kg, e os expuseram à fumaça, o que fez com que, após dois dias, a saturação (o nível de oxigênio no sangue) dos animais caísse para cerca de 66%.

O passo seguinte foi a infusão das microbolhas no cólon em 6 dos 12 animais. Após 150 minutos, a oxigenação subiu para 81%, enquanto continuou a cair nos 6 não receberam a aplicação, chegando a 53%.

Outro resultado importante do estudo é que os níveis de dióxido de carbono no sangue caíram nos porcos tratados à medida que as microbolhas se difundiam. Nos outros, o resultado foi o oposto.

De acordo com Keely Buesing, do Centro Médico da Universidade de Nebraska, esse é um dado relevante porque o alto teor de dióxido de carbono tem muitos efeitos adversos para as pessoas, incluindo a incapacidade de raciocinar. “O seu estado mental diminui a um ponto em que você não pode mais proteger suas vias respiratórias”.

Após o resultado, os pesquisadores estão em busca de autorização para desenvolver testes de segurança em voluntários humanos saudáveis.

 

 

 

 

 

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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