6 de maio de 2024 - 17:04

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Sócrates, 70 anos: Veja como o Doutor se tornou uma lenda do Corinthians

No dia 19 de fevereiro de 1954 nascia, em Belém, do Pará, um bebê chamado Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, que mais tarde provaria que “Brasileiro” não seria um orgulho só em seu nome. Um dos maiores jogadores da história do futebol, Socrátes é um dos grandes ídolos da história do Corinthians. Sua relação com o Timão é um conto de, além de muito talento com a bola nos pés, muita inteligência e paixão.

Chegando ao Parque São Jorge em 1978, já sendo o “Doutor Socrátes”, ele rapidamente conquistou a torcida com sua maestria dentro de campo e sua postura firme fora dele.

O maestro da equipe

Em campo, Sócrates parecia ser um maestro pronto para reger sua orquestra. Sua visão de jogo, técnica apurada e passes precisos encantavam a Fiel como um verdadeiro espetáculo. O 10 que vestia a camisa 8 do Timão se tornou sinônimo de criatividade e inteligência para a torcida.

Mais que futebol

Porém, um dos maiores legados deixados por Sócrates vai além do futebol. Sua postura muito antenada, junto de seus ideais democráticos, o transformaram em um símbolo de resistência durante o período da Ditadura Militar, tendo participado da campanha das “Diretas Já” entre 1983 e 1984.

A “Democracia Corintiana”, movimento que defendia a participação dos jogadores nas decisões do clube, marcou época e inspirou a luta por um Brasil mais justo, na qual um dos principais idealizadores desta campanha foi justamente Socrátes.

Grande amigo do também ídolo corintiano Walter Casagrande, o eterno camisa 8 viu ambos serem “fichados” na época da ditadura, por suas opiniões recorrentes.

A torcida brasileira, principalmente a corintiana, se via cada vez mais identificada com Sócrates. Não bastava ele encantar em campo, também mostrava seu lado humano e ativista fora dele. Algo raro de ser visto.

Para o jornalista Juca Kfouri, Sócrates foi o jogador mais original da história do futebol.

Um legado eterno

Sócrates morreu em 2011, em mais uma grande história de sua jornada. Anos antes, o Doutor teria afirmado:  “Eu quero morrer num domingo, num dia em que o Corinthians ganhe um título”. E foi exatamente o que aconteceu. Naquela tarde de 4 de dezembro, o Timão enfrentou o Palmeiras e, após segurar um empate, tornou-se campeão do Campeonato Brasileiro daquele ano. O jogo foi marcado por homenagem ao craque, com todos os 22 jogadores titulares perfilados em volta do centro do campo, com um dos punhos erguidos para o alto, um gesto eternizado pelo craque que demonstrava resistência.

Mesmo pouco mais de 12 anos de sua partida, Sócrates permanece vivo na memória da Fiel. Sua genialidade em campo e seu compromisso com a justiça social o eternizaram como o segundo maior ídolo da história do Corinthians, de acordo com uma matéria da Gazeta.

O jogador atuou ainda pela seleção em duas Copas do Mundo: 1982 e 1986, sob o comando de Telê Santana.

Motivo da escolha do nome

Quando o garoto nasceu, na cidade de Belém, no Pará, em 1954, seu pai estava lendo o livro “A República”, de Platão. O nome de um filósofo citado na publicação juntou-se ao sobrenome pomposo: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. A união entre os nomes de um pensador grego e do país em que nasceu, provaria o tempo, não seria em vão.

Começo no Botafogo de Ribeirão Preto

A família mudou-se para Ribeirão Preto, no interior paulista, quando ainda era um garoto. Bom de bola e inteligente desde pequeno, aos 17 anos já era profissional do Botafogo e estudante de Medicina na USP. Ao se formar, em 1979, foi contratado pelo Corinthians.

Santista de infância

Uma ironia da história entretanto é a de que, quando criança, Sócrates torcia pelo Santos. Não à toa, o jogador fez questão de jogar pelo Peixe antes de se aposentar. Em sua passagem pela Vila, o Doutor disputou 47 partidas e marcou 14 gols, no período de 1988 a 1989.

Títulos e clubes

Sócrates atuou em cinco clubes, na seguinte ordem: Botafogo-SP, Corinthians, Fiorentina-Itália, Flamengo e Santos. Após a passagem pelo Peixe, o Doutor retornou ao Botafogo-SP, time que o revelou, antes de se aposentar oficialmente.

Pelo Timão, o eterno camisa 8 venceu três paulistas: 1978, 1982 e 1983. Pelo Flamengo vieram um Carioca (1986) e a Copa União de 1987.

Pela seleção, ele foi vice-campeão da Copa América em 1983.

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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