8 de maio de 2024 - 20:17

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Mortes cometidas por PMs em serviço aumentam 86% em SP no 3º trimestre

As mortes cometidas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo subiram em 86% no terceiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados divulgados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública nesta quarta-feira (25).

De julho a setembro deste ano, 106 pessoas foram mortas por policiais militares trabalhando, ante 57 nestes meses do ano anterior. A alta foi puxada pela “Operação Escudo”, iniciada em 28 de julho na Baixada Santista, na qual 28 pessoas foram mortas pela PM.

Contudo, o aumento da letalidade policial militar em serviço foi ainda maior na capital paulista e na Grande São Paulo: 117% e 88%, respectivamente.

O número de pessoas mortas por PMs de folga também cresceu, mas em menor proporção. Foram 33 de julho a setembro deste ano, contra 26 no mesmo período do ano passado. O número de policiais mortos também cresceu: de um para quatro neste ano.

Para a Secretaria da Segurança, “os números de mortes decorrente de intervenção policial indicam que a causa não é a atuação da polícia, mas sim a ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto a população quanto os participantes da ação”

No ano passado, com a ampliação do programa “Olho Vivo” – das câmeras acopladas nos uniformes dos PMs -, o estado de São Paulo registrou o menor número de mortes por PMs em serviço na história. A redução da mortalidade de adolescentes em intervenções policiais chegou a 80,1% em 2022. Todavia, neste ano, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou que não adquiriu novas câmeras mesmo com orçamento disponível.

Nesta quarta-feira (25), o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, admitiu que o governo não tem previsão para comprar novas câmeras corporais para a PM neste ano. “Isso eu não sei dizer. Porque vai depender do quanto vai ser descontingenciado do nosso orçamento”, afirmou, ao ser questionado se o governo pretende adquirir novos equipamentos.

O orçamento do governo de São Paulo, aprovado em 2022 pela Assembleia Legislativa de SP (Alesp), prevê o investimento de R$ 152 milhões para a compra de novas câmeras corporais para a Polícia Militar usar nas ações de rua.

Rota é uma das que mais mata em SP

O batalhão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), na capital paulista, segue sendo um dos que mais mata no Estado. Neste ano, 13 pessoas foram mortas por policiais da Rota ainda neste período de julho, agosto e setembro de 2023 contra uma no mesmo período de 2022. De acordo com análise do Instituto Sou da Paz, a Rota foi a que mais matou na capital paulista de 2018 a 2022.

“O aumento da letalidade policial no trimestre acompanha uma série de declarações e de escolhas de enfrentamento ao crime no estado que legitimam o retorno de ações letais pelas polícias. No último mês, foi comemorado o aniversário da Rota, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, com a presença do governador, em que o secretário de Segurança Pública fez uma declaração ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas é interessante destacar que a Rota tem sido, mesmo nos anos em que houve uma redução da letalidade policial no estado, o batalhão com o maior número de mortes decorrentes de intervenção policial registradas, como foi observado em análise que fizemos sobre a Letalidade Policial no estado”, diz Mayra Pinheiro, pesquisadora do Instituto Sou da Paz.

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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