19 de março de 2024 - 06:54

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‘Estava pelado e se masturbando’, veja denúncias de assédio contra juiz de SP

Um grupo de pelo menos dez mulheres acusa o juiz Marcos Scalercio de diversos episódios de assédio sexual na internet e presencialmente entre os anos de 2014 e 2020. Três das vítimas decidiram seguir em frente com as denúncias e procuraram a ONG Me Too Brasil, que levou o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo.

Marcos Scalercio é juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região e professor de direito material e processual do trabalho do cursinho preparatório para concursos Damásio Educacional.

A Me Too Brasil, organização sem fins lucrativos que oferece assistência jurídica gratuita a vítimas de violência sexual, recebeu denúncias que incluíam desde tentativa de beijo à força até vídeo chamadas em que o juiz aparecia “pelado e se masturbando”, segundo os relatos publicados pelo “g1”.

A vítima que afirma ter sido agarrada e sofreu uma tentativa de beijo do juiz é uma funcionária do Tribunal Regional do Trabalho.

“Quando chegou no gabinete, o doutor Marcos [Scalercio] levantou e segurou os [meus] dois braços. Colocou força nos dois braços e começou a [me] beijar. Doutor Marcos não parou. Veio e pegou na linha da [minha] cintura por três vezes. Começou a falar que era juiz, que tinha um monte de mulheres que queriam sair com ele”, conta a servidora.

Uma estudante de direito que em 2019 trabalhava no Fórum Trabalhista Ruy Mendes, em São Paulo, diz que um dia, quando foi pegar a assinatura do juiz, percebeu que ele trancou a porta da sala assim que ela entrou no ambiente.

“Eu entrei na sala e fiquei de costas para a porta pois estava debruçada na mesa para retirar meus relatórios da pasta para assinatura. E por essa razão não vi que ele havia trancado a porta do gabinete. Ele me agarrou sem meu consentimento e por repetidas vezes tentou me beijar”

“Eu falava em alto e bom tom que não queria e que era para ele parar”, relata. “Tentei juntar todas as minhas peças que estavam em cima da mesa para sair e ele não deixava, pois ficava insistentemente me agarrando.”, relembra a vítima.

“Em seguida ele me enviou mensagem dizendo para marcarmos outro dia, pois ele queria me ver. Eu o questionei se ele não tinha medo de criar essa situação dentro do próprio gabinete. Ele disse que ninguém acreditaria caso eu contasse”, conclui a mulher.

Vídeo chamada

Uma estudante do cursinho Damásio relata que, nas situações de assédio sofridas, o juiz, que era também um de seus professores no cursinho Damásio, começou a puxar papo, fazendo “cantadas baratas” e pedindo fotos dela de “calcinha”.

Em um episódio no qual a aluna pediu revisão da prova, o então professor teria oferecido o atendimento via Skype e, quando ela abriu a câmera, viu que ele estava nu e se masturbando. Em depoimento, ela afirma que desligou o vídeo imediatamente. Veja abaixo um trecho da troca de mensagens dela com outra pessoa relatando o caso.

 

 

Depois que mais denúncias de importunação e assédio sexual contra Scalercio tomaram as redes sociais, outras vítimas começaram a aparecer e denunciar outros crimes contra o juiz.

“Eu já sofri. Depois que eu não quis ficar com ele. Começou a falar mal de mim para todos os professores. Ele vai chegando dizendo que quer ajudar mas é tudo mentira. Conheço várias meninas que passaram por isso”, relatou uma ex-aluna dele.
“Aaaaah é o Scalercio. Certezaaaaaaaaaaaaaaa. Famosão demais! Depois de falar várias vezes que não iria sair com ele, me bloqueou das redes sociais e não olhava mais na minha cara nos corredores do Damásio! É um padrão”, publicou outra ex-aluna do cursinho.

Procurada, a defesa do juiz divulgou a seguinte nota: “No caso em apreço, não iremos nos manifestar neste momento”, afirmou Fernando Capano, advogado do acusado.

A Damásio, instituição onde estudam algumas das supostas vítimas de Marcos Scalercio, se posicionou sobre as denúncias.

“A Instituição esclarece que atua na promoção de um ambiente acadêmico respeitoso e que não identificou manifestação de estudantes sobre este caso. Para questões desta natureza, a instituição disponibiliza um canal oficial, que se destina a apurar eventuais desvios de condutas”, diz o cursinho.

 

Diário do Ribeira/Gazeta SP

 

 

 

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