Fundado pela CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Auren, e administrado pela Reservas Votorantim, o Legado das Águas, com seus 31 mil hectares de floresta em alto grau de conservação, localizados entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, provou que o Brasil pode fazer da conservação de florestas um negócio, avançando no próprio desenvolvimento e contribuindo para os principais desafios globais

Modelo de negócio

Nesses últimos 10 anos, a Reservas Votorantim diversificou o portfólio do Legado, oferecendo novos produtos e soluções que conciliam o uso sustentável do território e a conservação da floresta.
De acordo com David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, o modelo de negócio não só tem se provado rentável, mas também resiliente. “A criação do Legado foi um desafio. Era uma iniciativa inédita e ousada. O modelo de negócio está sendo bastante efetivo. Conseguimos gerir o Legado das Águas para atravessar os desafios, a exemplo da pandemia, focando em uma gestão que mapeia e aproveita as oportunidades de crescimento”, reforça.
O modelo de negócios da Reservas Votorantim é baseado no conceito de múltiplos usos do território, ou seja, várias atividades são desenvolvidas em uma área de floresta conservada.
Nos primeiros anos do Legado das Águas, foi desenvolvida a estratégia de investimento social na região, estabelecidos os focos de pesquisa científica e a infraestrutura de uso público. Ao mesmo tempo, o monitoramento e a segurança foram constantemente aprimorados. A partir de 2020, o potencial de outras atividades econômicas começou a se tornar realidade. “Pensar em múltiplos usos do território significa ter diversos negócios no mesmo local, atendendo clientes com características e perspectivas diferentes”, explica o diretor.
Nos últimos dois anos, os negócios voltados a clientes corporativos vêm crescendo constantemente. A locação de espaço, por exemplo, teve um ótimo desempenho em 2021 devido à gravação de um reality show durante dois meses, além de locação e captação de imagem para programas de TV. Graças às características únicas do Legado das Águas, o potencial para atender clientes que buscam a floresta como plano de fundo é enorme. “O fato de ser uma reserva privada possibilita maior flexibilidade para customização dos atendimentos em relação a outras áreas naturais”, acrescenta David.
Resultados
Dentre os resultados mais expressivos, está a geração de conhecimento público científico por meio de pesquisas científicas. Os principais resultados são: parceria com mais 47 instituições; descoberta de duas antas albinas, possivelmente as únicas do mundo livres na natureza; a redescoberta de uma espécie de orquídea considerada extinta na natureza no Estado de São Paulo e sua reintrodução no habitat; o reconhecimento pela União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais(IUCN) como Área Prioritária Global para conservação do macaco muriqui-do-sul, e o reconhecimento como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pelo sistema ONU/Unesco. Atualmente, a Reserva abriga 13,5% de toda fauna ameaçada do bioma no Brasil.
Com o Centro de Biodiversidade, o Legado das Águas contribuiu com a restauração florestal de diversas localidades de Mata Atlântica, além de desenvolver projetos paisagísticos para ambientes urbanos que priorizam a flora nativa. Em 2020, um importante passo foi dado com a inauguração do Pátio Caeté em São Paulo, uma iniciativa da Reservas Votorantim para atender o mercado de paisagismo com o fornecimento de insumos, plantas diversas e árvores de espécies nativas dos biomas brasileiros.
Na biotecnologia, o Legado das Águas detém o maior banco genético de flora da Mata Atlântica do mundo, que pode ainda resultar na descoberta de ativos de interesse para as indústrias de cosméticos, perfumaria e farmacêutica.
Outro avanço foi a realização de negócios envolvendo compensações ambientais para arrendamento de reserva legal, provendo uma solução para proprietários rurais, que nesse modelo, se tornam parceiros da conservação do Legado das Águas.
Além disso, há também resultados no uso responsável do território com o Ecoturismo. A Reserva é um dos únicos destinos do país que possui infraestrutura necessária para receber turistas no coração da Mata Atlântica, com atividades pra diferentes públicos, inclusive deficientes físicos. O segmento é um dos que mais cresce no país, girando uma economia estimada em bilhões de reais.
Atualmente, o Legado das Águas representa quase 1% dos 22,9% de remanescente de Mata Atlântica no Estado e abriga 13% de todas as espécies animais ameaçadas nesse bioma. A floresta, em alto grau de conservação, contribuiu para a mitigação do aquecimento global e mudanças climáticas com estoque de 10 milhões de toneladas de carbono.
Nos eixos de atuação social e educação ambiental, mais de 40 mil pessoas foram beneficiadas, direta e indiretamente, com ações de apoio à gestão pública, fomento da economia local e desenvolvimento socioeconômico. O Legado integra os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em 100% de sua operação, publicando um relatório que mede a efetividade do modelo de negócio, aliando prioridades de atuação, indicadores, compromissos e metas do negócio aos ODS.
“Esses são alguns dos muitos resultados desses últimos anos. O Legado das Águas completou 10 anos no dia 5 de junho, que também é o Dia do Meio Ambiente. Para um dos biomas mais ameaçados do planeta, temos muito a comemorar”, finaliza David Canassa.