23 de abril de 2024 - 17:10

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Empreendedoras de Apiaí divulgam o Vale do Ribeira por meio do artesanato em barro

O Dia do Artesão é comemorado em março. Para marcar a data, vale conhecer a fascinante história de uma família do Vale do Ribeira, cujo empreendedorismo corre nas veias há mais de um século.

O alemão Guilherme Looze mal poderia imaginar que seu legado para a região iria muito além de alguns dos mais belos patrimônios arquitetônicos construídos no anos 1880 – como o campanário da igreja matriz de Sant’Anna, em Iporanga. Arquiteto certificado pelo Vaticano, por aqui se estabeleceu com a família, gerando descendentes que lhe fazem jus – pela maestria, por enxergarem no Vale a riqueza que tem e por transformar sua criatividade em renda e orgulho para muitas pessoas.

Foi em Apiaí que as artesãs Diná Cristina Looze Miranda Silva e Jaqueline Jenifer Looze da Silva, mãe e filha, criaram a Arte Looze, reconhecida pela Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades) como o primeiro grupo familiar do estado. Tudo começou pelo sonho de Diná em decorar sua casa com uma obra em cerâmica. Sem condições financeiras para comprá-la, aprendeu a moldar a argila para produzir sua própria peça e viu no ofício uma alternativa para complementar a renda do marido, Aparecido.

A filha Jaqueline é sua grande parceira no empreendimento, que sempre teve o apoio dos também artesãos Loide e Moacir. Juntos, eles criam canecas, cumbucas, fruteiras e muitas outras peças, utilitárias ou decorativas, que revelam o Vale nos vários tons de argila e nas folhas, flores e plantas medicinais esculpidas, pintadas ou impressas nas peças em baixo-relevo. “Quem compra uma peça nossa, leva um pouco do Vale do Ribeira. Estamos divulgando a história da região e da nossa cidade”, comenta Diná.

Quem adquire uma dessas belezas, mal sabe todo o processo das obras. Além de talento, os artesãos têm muita “intimidade” com o barro, a ponto de saberem a época e o dia certos para retirá-lo da natureza, antes de transportá-lo em carrinho, arrastão ou até mesmo nas costas. A queima das peças é minuciosamente planejada, da madeira à temperatura, pois um detalhe pode resultar na perda de toda uma fornada. “Cada peça é única. A gente vai testando o barro e vai criando conforme as tendências de mercado e até mesmo dicas dos nossos clientes. Mas é uma descoberta a cada peça, a gente nunca sabe o que a natureza nos reserva”, conta Jaqueline.

A profissionalização e a administração dos negócios ficam por conta de Jaqueline, a caçula do grupo. Cursando o último ano de engenharia civil, ela nem pensa em abrir mão do artesanato ou em deixar a região. Por meio de cursos e palestras, ela tenta conscientizar as novas gerações de que o Vale do Ribeira tem muitas oportunidades para os jovens. “Temos que tentar ter outro olhar, conhecer mais o Vale do Ribeira, saber mais da nossa história, prestar atenção nas coisas que conseguimos desenvolver aqui e que é possível sim ter visibilidade com o artesanato”, pontua.

Você poderá conferir muito mais sobre a história da Arte Looze no projeto “Pepitas do Ribeira”, que retratará quinze empreendimentos baseados no talento das pessoas e nas singularidades do território – do artesanato ao queijo autoral de búfala, dos instrumentos musicais tradicionais ao turismo cultural. Cada pílula audiovisual será apresentada por um jovem estudante do ensino médio do Vale do Ribeira, todos participantes do Programa Prospera Jovem, da Secretaria de Desenvolvimento Social do estado. Eles falarão um pouco sobre a relação com o Vale e o que almejam para o futuro da região, colocando-se como protagonistas de suas histórias.

Iniciativa da empresa Garimpo de Soluções, em parceria com a produtora Coop Audiovisual, a Roca Produções Culturais e a Agência Criativos, o projeto “Pepitas do Ribeira” é viabilizado pelo ProAC Direto, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e tem apoio do Sebrae SP.

Os documentários serão lançados em eventos de exibição aberta, em Apiaí, Iguape e Registro, ainda neste primeiro semestre de 2022. Os vídeos finais também serão disponibilizados para a plataforma Cultura em Casa, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e carregados no YouTube.

Acompanhe as informações e as novidades sobre o “Pepitas do Ribeira” nas redes sociais, pelas páginas no Facebook e Instagram.

Crédito das imagens: Arquivo Arte Looze

 

Diário do Ribeira

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