Na noite de sábado (12), uma jovem de 18 anos que estava presa preventivamente na Delegacia de Polícia de Barueri denunciou ter sido estuprada na carceragem. O suspeito do crime, que é o carcereiro, foi afastado e a agressão está sendo investigada.
A vítima foi presa em flagrante na noite de sexta-feira (11), acusada por tráfico de drogas. Ela estava em prisão preventiva na delegacia, aguardando transferência para o Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha.
Segundo o advogado da jovem, Amadeu França, ela foi abordada pelo carcereiro, 55 anos, em uma sala dentro da carceragem. Onde, de acordo com o advogado, o policial civil a estuprou.
Amadeu de França gravou parte do depoimento da vítima nesta segunda-feira (14). Ela conta, em uma conversa com o advogado, os momentos de terror e pede a ele que a tire de lá, já que diante da situação não se sente segura, lembrando-se da violência que sofreu.
O advogado explica que a carceragem do distrito policial recebe, além de mulheres presas temporariamente, menores infratores que permanecem em outras duas celas no andar superior.
De acordo com o boletim de ocorrência, o carcereiro afirmou ter sido avisado de que adolescentes apreendidos estavam fazendo barulho na ala superior. Ele contou que foi até lá, passando pela cela da mulher e após verificar o barulho, retornou para sua sala. O carcereiro notou que a porta chapeada, que dá acesso à entrada da sala dos agentes, estava fechada, sendo que anteriormente estava aberta.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o policial disse que se direcionou a cela da mulher, mas que não a encontrou, avistando apenas os chinelos dela próximos às grades dos fundos. Supondo que a detenta pudesse ter fugido, o agente conseguiu abrir a porta, com a ajuda de um extintor. Em seguida, foi até o plantão policial e informou aos outros agentes o ocorrido.
Contudo no plantão policial, em entrevista, a vítima contou que havia sido estuprada pelo carcereiro.
Uma perícia foi requisitada no local, além de exames para constatação de conjunção carnal e toxicológico para a vítima, ambos realizados no Hospital Pérola Byington.
Também foram solicitados exames de lesão corporal, exame toxicológico e material biológico do carcereiro, para possível teste de confronto de acordo com o boletim de ocorrência.
O caso foi registrado como estupro consumado, através do boletim de ocorrência 659/2022, na delegacia de Barueri.
A jovem permanece na delegacia até o parecer do Judiciário. E tem sua transferência prevista até a última segunda-feira (14) ao Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha.
O próximo passo do advogado da mulher será pedir à Justiça a conversão da prisão preventiva para prisão domiciliar, já que a mulher é mãe de uma criança de 1 ano. A prisão domiciliar é garantida pela lei em casos de mães com crianças de até 12 anos sob seus cuidados.
“A vítima foi ouvida no último domingo (13) e encaminhada ao Hospital Pérola Byington, onde realizou exames periciais. O local dos fatos também foi periciado e outros detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”. Em nota, a Polícia Civil também afirmou que a 11º Corregedoria Auxiliar de Carapicuíba foi comunicada sobre a denúncia e instaurou um inquérito policial e apuração preliminar.