O pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas, que atualmente comanda o Ministério da Infraestrutura, afirmou nesta quinta-feira (17) que, se eleito, irá privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). Escolha de Jair Bolsonaro (PL) para a corrida ao governo paulista, Tarcísio aproveitou a ocasião para criticar João Doria (PSDB), que por usa vez, mira a Presidência.
Segundo Freitas, o atual governador do Estado é falho em decisões sobre os modelos de infraestrutura, concessão de rodovias e contratação de obras públicas. O texto conta com informações do jornal “Valor Econômico”.
“Eu acho que tem que privatizar a Sabesp porque você ganha eficiência, ganha governança e gera recursos, bota dinheiro pra dentro. O custo por consumidor de um saneamento privado é mais baixo do que o saneamento público”, declarou o ministro.
Principal detentora da concessão dos serviços de saneamento em São Paulo, a Sabesp tem como seu maior acionista o governo paulista. A empresa responde pelo abastecimento de água de 375 das 645 cidades no estado.
“Não estou falando que a Sabesp não seja uma empresa arrumada, perante as outras que temos é uma empresa já listada [em Bolsa], mas sem dúvida nenhuma o controle privado vai ser muito melhor. Chegando lá, a gente vai vender a Sabesp sim, vai vender a participação na Sabesp. Você não faz isso quando você não quer”, afirmou Freitas.
Quando perguntado por participantes do evento, no qual deu as declarações, sobre o risco de a promessa de privatização da Sabesp não ser cumprida, o pré-candidato respondeu: “bom, o que eu prometi eu cumpri no Ministério da Infraestrutura”.
Críticas à gestão Doria
O candidato de Bolsonaro nas eleições deste ano para governar São Paulo aproveitou o evento para fazer críticas ao concorrente do atual Chefe de Estado da nação.
“São Paulo tem uma saúde razoável em relação aos outros Estados, tem um sistema bem construído, a burocracia funciona, mas a infraestrutura é boa? É razoável, deixamos de fazer muita coisa, perdemos indústrias por questões tributárias”, disse.
Freitas disse ainda que o PSDB, neste e nos governos anteriores, fez “uma bobagem” ao prorrogar concessões de rodovias que tiveram início na década de 1990.
“Porque naquela época, nós tínhamos uma outra situação macroeconômica com outro nível de risco, uma outra experiência em termos de modelo. Foram contratos feitos com base em planos de negócios focados em obra e altas taxas de retorno” (Tarcísio de Freitas)
Ainda sobre seu ponto de vista na gestão da infraestrutura paulista, Freitas citou a concessão da Rodovia Presidente Dutra, em 1º de fevereiro, como exemplo de eficiência econômica.
“A gente foi pressionado para aprovar [a renovação] do contrato da Via Dutra e nós não o fizemos. Resolvemos fazer uma nova licitação na qual a gente incorporou a Rio-Santos no trecho federal. Se eu tivesse prorrogado o contrato aplicando o reajuste do IPCA, pagaria-se R$ 4,35 na praça de pedágio de Arujá. Com o novo contrato vai se pagar na mesma praça R$ 3,30” (Tarcísio de Freitas, sobre a concessão da Dutra)
O ministro lembrou ainda, em menção indireta, da parceria público-privada constituída para as obras da Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, obras estas onde ocorreu o acidente que provocou uma cratera na Marginal do Rio Tietê, no início deste mês.
“O que eu falo é que falta criatividade. Falta criatividade para criar mecanismos de auto financiamento no Metrô? Falta. Tem uma série de coisas que já poderiam ter saído [do papel], um exemplo é o Rodoanel de São Paulo.”
O governo João Doria se manifestou sobre as falas de Tarcísio e afirmou que o pré-candidato “da família Bolsonaro” demonstra desconhecimento da realidade de São Paulo. “Talvez porque nunca tenha vivido aqui”, afirma a nota.
Diário do Ribeira / Gazeta SP
