Raquel Godoy Santos Araújo, 41, foi morta na manhã deste domingo (13) durante uma visita íntima que fez ao companheiro, o membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) Luís Carlos Godoy Araújo, 38. De acordo com agentes da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo, o criminoso teria esganado a mulher e depois batido a cabeça dela contra a parede.
Houve demora no registro do crime e a Polícia Civil chegou a afirmar que não divulgaria os nomes do assassino e da vítima. Somente por volta das 16h30 é que o feminicídio chegou aos registros da delegacia da cidade.
Agentes penitenciários descreveram o crime à reportagem do “Uol” afirmando que Araújo, que estava detido no pavilhão 3, esganou a companheira, bateu a cabeça dela no concreto e jogou o corpo dela, ainda nu, na ala inferior. Apesar de o presídio possuir câmeras de segurança, as visitas ocorrem dentro da cela, por isso os funcionários afirmam que não viram nada.
De acordo com um antigo funcionário da penitenciária, o pavilhão 3 é um dos que abrigam condenados integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), todos apontados como altamente perigosos.
Um policial da delegacia de plantão de Venceslau confirmou o crime à reportagem, mas disse que não estava autorizado a divulgar os nomes do assassino e da vítima. No entanto, ele confirmou que que o criminoso vai ser autuado em flagrante por feminicídio.
A SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) informou em nota, mas sem indicar o nome do detento, que “um preso da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau matou sua esposa, por meio de esganadura e lesões na cabeça, durante a realização da visita”.
Já o boletim de ocorrência diz que a mulher foi morta “mediante constrição de seu pescoço” e que o assassino bateu a cabeça dela “várias vezes no piso da cela. Em seguida, com a abertura da cela, ele jogou o corpo da vítima no piso inferior, ainda o puxou até o meio do pátio”.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o homem foi algemado pelo Grupo de Intervenção Rápida (GIR). Ele não ofereceu resistência e “não apresentou motivação para a ação”.
A SAP também informou que “foi comunicado a autoridade policial local e registrado o boletim de ocorrência”. “O preso foi transferido e permanece à disposição da justiça. A pasta abriu Procedimento Apuratório Disciplinar e Preliminar para averiguação dos fatos.”
Depois do feminicídio, Araújo, que já é condenado por roubo, tráfico de drogas e receptação, foi transferido provisoriamente para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau. O presídio é uma unidade de castigo, destinada a presos que cometem faltas graves.
O membro do PCC ainda deve ser transferido posteriormente para o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, cidade vizinha a Presidente Venceslau, onde poderá ficar um ano em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
Diário do Ribeira / Gazeta SP