O momento é delicado. Ainda é. Os picos de pandemia foram declinados pela destreza da ciência, mas o rebuliço econômico ainda retumba a uma velocidade compatível com a da infecção de um vírus. E o vírus da miséria não pode ser combatido a partir de um laboratório.
Ademais, enquanto a cúpula que rege a pasta da economia ‘estuda’ uma estratégia para contornar os efeitos da pandemia, os quais o ministro Paulo Guedes compara aos dos impactos de uma guerra, as camadas mais afetadas vestem suas armaduras e dão início a um novo combate. O combate contra a fome, no sistema cada um por si.
Daniela Ramos (35 anos), moradora de Mogi das Cruzes (SP), sabe – mais que o ministro da economia – sobre as ruínas (e muralhas) que vem encontrando ao longo desse caminho interminável, intitulado de ‘fase pós pandemia’ e buscou uma forma de ser ‘vista’ se utilizando de postagens em diversos grupos nas redes sociais, incluindo uma comunidade de Iguape.
Ela conta que está desempregada e cansada física e emocionalmente. Daniela é mãe e paga aluguel a partir do que consegue ganhar com a venda de doces no tradicional porta a porta e com as faxinas a R$30,00.
“O dinheiro que ganho vai para pagar meu aluguel e acabo ficando sem as coisas básicas em casa pra eu e meus filhos. Pago aluguel e quase não sobra para comer”, desabafa Daniela.
Ela conta que já pediu ajuda em sua cidade, mas não encontrou acolhimento. Diante do desespero, passou a se mobilizar em busca de ajuda em outras regiões, incluindo o Vale do Ribeira.
Seria este o ‘novo normal’ pós pandêmico? Não enxergar o outro? Normalizar a miséria alheia? Deixar o soldado para trás?
Optamos por uma negativa para esta questão e deixamos aqui o contato de whatsApp/Chave pix de Daniela Ramos: 11 933547892.
Diário do Ribeira
