19 de abril de 2024 - 20:50

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Moeda de dólar estampará mulher negra pela 1ª vez, com escritora Maya Angelou

De um lado, ex-presidentes brancos. Do outro, mulheres de proeminência nos EUA. O cara ou coroa dos americanos terá pela primeira vez uma mulher negra em suas moedas de 25 centavos, com a imagem gravada da escritora e ativista Maya Angelou.

A Casa da Moeda do país começou a distribuir nesta segunda-feira (10) as moedas, que fazem parte do programa American Women Quarters (moedas de 25 centavos de mulheres americanas, em tradução literal), iniciativa que também inclui Anna May Wong, a primeira estrela de Hollywood sino-americana.

Angelou, morta em 2014 aos 86 anos, ganhou proeminência internacional após a publicação de sua disruptiva autobiografia “Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola” (Ed. Astral Cultural, R$ 49,90), que traz um forte relato sobre estupro e racismo no segregado Sul americano.

Aos 7, a escritora foi estuprada pelo namorado de sua mãe –depois espancado até a morte em um ataque que alguns acreditam ter sido realizado por tios de Angelou. O trauma do abuso e a morte de seu autor deixou a menina muda por seis anos, período no qual ela começou a escrever.

Chancelada com mais de 30 títulos honorários, a ativista leu “No Pulso da Manhã” na cerimônia de posse do então presidente Bill Clinton, em 1992, marcando a primeira vez que uma mulher negra escreveu e apresentou um poema em celebração do tipo.

Em 2010, o então presidente Barack Obama concedeu a Angelou a Medalha Presidencial da Liberdade. Em 2013, ela recebeu o Prêmio Literário, pela sua contribuição à comunidade literária.

“Toda vez que redesenhamos nossas moedas, temos a chance de dizer algo sobre nosso país -o que valorizamos e como progredimos como sociedade”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em comunicado. “Estou muito orgulhosa que essas moedas celebram as contribuições de algumas das mulheres mais excepcionais da América, incluindo Maya Angelou.”

O American Women Quarters traz ainda moedas com Wilma Mankiller, a primeira chefe principal da Nação Cherokee, Adelina Otero-Warren, líder do movimento sufragista do Novo México, e Sally Ride, astronauta e física que foi a primeira mulher americana a ir ao espaço.

São quatro as moedas americanas: de um, cinco, dez e 25 centavos. Elas trazem, de um lado (cara), as imagens dos ex-presidentes americanos Abraham Lincoln (desde 1909), Thomas Jefferson (desde 1938), Franklin D. Roosevelt (desde 1946), e George Washington (desde 1932), respectivamente.

Do outro lado (coroa), as imagens variam mais com o passar do tempo, e as de 25 centavos têm sido escolhidas para edições comemorativas. Segundo a Casa da Moeda americana, de 1932 a 1998, a coroa dessas moedas mostrava uma águia de asas abertas sobre um maço de flechas, com galhos de oliva abaixo.

Nesse período, apenas nos anos de 1975 e 1976 circulou uma edição especial em celebração ao bicentenário da Independência americana, ocorrida em 1776. A moeda traz um baterista colonial e uma tocha da vitória circundada por 13 estrelas, representando as 13 colônias originais.

Já de 1998 a 2008, a coroa mudou de design cinco vezes ao ano como parte do programa para celebrar os 50 estados. Em 2009, foram seis alterações, desta vez em uma iniciativa para homenagear o Distrito de Columbia e territórios americanos.

Na sequência, de 2010 a 2021, 56 modelos diferentes mostravam parques e atrações nacionais como parte da iniciativa Beautiful Quarters (moedas bonitas de 25 centavos).

O programa agora em vigor, em homenagem às mulheres americanas, permanecerá em vigor por quatro anos, do início de 2022 ao fim de 2025. A cada ano, até cinco novos modelos de coroa podem ser desenhados, ampliando o número de homenageadas.

Além disso, o lado da cara trará o retrato de George Washington olhando para a direita, originalmente esculpido por Laura Gardin Fraser. Este era o desenho recomendado quando o primeiro presidente americano passou a figurar na moeda em 1932, mas o então secretário de Tesouro, Andrew Mallon, escolheu a figura de autoria de John Flannigan, olhando para a esquerda.

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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