20 de abril de 2024 - 09:36

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Pato da Fiesp é destaque na despedida de Skaf após 17 anos na entidade

Paulo Skaf vai deixar a presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cargo que ocupa há 17 anos. E na homenagem que encerra seu mandato, o pato inflável da campanha contra a alta de impostos e o retorno da CPMF em 2015 foi exaltado como um símbolo de conquista, que ajudou a tirar Dilma Rousseff do poder.

Em uma apresentação de quase duas horas nesta quinta-feira (9), imagens do pato na avenida Paulista e de pessoas com réplicas protestando pelo impeachment da então presidente, em 2016, foram transmitidas em um telão no teatro da entidade, que estava lotado de industriais.

“O pato foi uma das ações mais emblemáticas”, disse o narrador do vídeo, citando o impeachment de Dilma e outros pleitos da federação, como a redução de impostos da cesta básica, a reforma da Previdência, a exclusão do ICMS do cálculo de PIS e Cofins, entre outros.

A Fiesp foi ponto de reunião de manifestantes pró-impeachment quando criou a campanha “Não Vou Pagar o Pato”. Um pato inflável ficava à frente da sede da instituição no período.

Ao fim da cerimônia, Skaf, que dirige a entidade até 31 dezembro, parabenizou o sucessor Josué Gomes da Silva.

Presidente da Coteminas, Josué é filho de José Alencar, que foi vice-presidente nas duas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 2003 a 2010, morto em 2011 devido a um câncer. Sua candidatura foi apoiada por Skaf.

Josué evitou responder a perguntas da imprensa. Em uma única fala, defendeu melhor medição do PIB para mostrar a “força da indústria”, que acumula cinco meses de contração.

“A indústria tem uma importância enorme porque é o setor que tem o maior multiplicador na economia, é o setor capaz realmente de gerar inovação, é muito resistente e muito forte”, afirmou. “Ela está se transformando. Hoje, a indústria de transformação não produz apenas produtos, é uma conjunção de produtos e serviços. A medição do PIB talvez tenha que ser aprimorada para mostrar a verdadeira força da indústria.”

A cerimônia de despedida de Skaf se aproximou de um espetáculo com apresentação de um tenor, atletas olímpicos e de personalidades que participaram da trajetória contada por um narrador oculto. Poucos minutos foram dedicados às disputas político-econômicas de sua gestão.

Na maior parte do tempo, o vídeo celebrou as conquistas de alunos do Senai, escolas técnicas ligadas à instituição, a transformação do Sesi, que passou a oferecer estudo, esporte e cultura em tempo integral, os laboratórios, a robótica, o esporte, os espetáculos gratuitos do Sesc, entre outros.

Ex-alunos, hoje empresários, apareciam agradecendo a Paulo Skaf.

Ao passar o bastão da entidade para Josué, Skaf disse que vai tocar os próprios negócios, mas que não descarta uma candidatura ao Congresso. Afirmou a jornalistas que, se concorrer, será ao Senado.

“Acho que nesse momento, se eu for candidato e tiver o apoio da população, como senador posso dar uma contribuição maior ao país do que como governador”, disse.

Josué foi eleito em uma chapa única em julho deste ano após uma corrida tumultuada nos bastidores. Outra chapa, encabeçada pelo empresário José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), tentou concorrer, mas não conseguiu formalizar a candidatura a tempo.

O caso foi parar na Justiça. Em setembro, a chapa de Roriz foi impugnada e ele registrou chapa para a presidência do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), mas também foi derrotado por Rafael Cervone Netto, da área têxtil, que assume o cargo em janeiro.

Em fevereiro, opositores de Skaf afirmaram que mais de 20 membros foram afastados de cargos de direção e de conselho de forma arbitrária.

Na época, a Fiesp disse que a renovação é “natural já que as nomeações são por um período de um ano”.
À frente da instituição desde 2004, Skaf foi alvo de críticas de parte do empresariado que consideravam sua atuação mais política do que voltada ao setor industrial.

Ele foi duas vezes candidato ao governo de São Paulo, a última em 2014, pelo MDB, quando perdeu para Geraldo Alckmin (PSDB).

 

 

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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