19 de abril de 2024 - 13:36

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Grandes montadoras recusam compromisso para acabar com veículos poluentes até 2040

As três maiores fabricantes de automóveis do mundo se recusaram a assinar um acordo para interromper a produção de veículos a combustão até 2040.

Toyota, Volkswagen e a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi não se comprometeram com um pacto feito por montadoras, países e cidades nesta quarta-feira (10), durante a COP26 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas).

O acordo é apoiado por marcas como Ford, Mercedes-Benz, General Motors e Volvo, que já haviam anunciado metas para interromper a fabricação de carros com motores de combustão interna.

No comunicado, os signatários prometem vender apenas veículos com emissão zero de gases de efeito estufa a partir de 2040 -sendo 2035 o prazo para os principais mercados.

“Apoiaremos os esforços para alcançar o avanço do transporte rodoviário anunciado pelos líderes mundiais, que visa tornar os veículos com emissão zero o novo normal, tornando-os acessíveis, baratos e sustentáveis em todas as regiões até 2030”, diz o texto.

 

O transporte rodoviário é responsável por cerca de 20% de toda a poluição causada pelo homem. Em um compromisso separado, o Reino Unido indicou que planeja encerrar a produção de veículos pesados a diesel entre 2035 e 2040.

“Este dia representa um momento muito especial, (…) governos em todo o mundo estão comprometidos em vender carros, vans e veículos pesados 100% livres de emissões”, disse o ministro britânico dos Transportes, Grant Shapps.

Apesar do apoio de alguns países, grandes mercados automobilísticos, como Brasil, China, Estados Unidos, Alemanha e Japão, também não assinaram a promessa. Cidades como São Paulo, Los Angeles e Nova York declararam apoio individualmente.

Para o diretor executivo do Greenpeace Alemanha, Martin Kaiser, é gravemente preocupante que os principais países e fabricantes não tenham assinado o pacto.
“Para acabar com os combustíveis fósseis, temos que cortar nossa dependência. Isso significa abandonar os motores de combustão em favor dos carros elétricos e criar redes de transporte público limpas o mais rápido possível”, disse.

A Toyota defendeu sua decisão, alegando que seu atual modelo de negócios torna esse compromisso difícil.

Kohei Yoshida, chefe da divisão de veículos elétricos da Toyota, disse à AFP que havia “muitas maneiras” de trabalhar a neutralidade de carbono além do pacto.

O presidente-executivo da Volkswagen, Herbert Diess, também se manifestou sobre o tema, rejeitando a promessa feita pelas montadoras na COP26.

“Ainda pode fazer sentido usar carros com combustível sintético na América Latina em 2035”, disse.

Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, Diess afirmou que tal eliminação não é possível. “Precisamos de matérias-primas, novas minas, uma economia circular. A capacidade das baterias e a construção de redes de energia renováveis em toda a Europa serão o gargalo”, acrescentou.

A Volkswagen se comprometeu até agora a produzir veículos exclusivamente elétricos na Europa a partir de 2035, e a ter uma frota neutra de CO2 em todo o mundo até 2050.

Diário do Ribeira / Gazeta SP

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