25 de abril de 2024 - 08:18

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Afinal de contas, por que roncamos ao dormir de barriga pra cima?

Assim como cada um de nós possui individualidades posturais e na linguagem corporal enquanto estamos acordados, também podemos apresentar preferências no posicionamento na hora de dormir. Há quem diga que esse tipo de comportamento pode refletir traços de personalidade, ou apenas estar relacionado a uma questão de conforto, mas poucos sabem que o posicionamento no decúbito pode ter efeito sobre o funcionamento do organismo, principalmente para quem tem problemas respiratórios.

Deitar-se de barriga para baixo, por exemplo, favorece a oxigenação do sangue. Existem diversos mecanismos que resultam nesse efeito, incluindo por exemplo, uma menor compressão pelos órgãos abdominais nas regiões das bases dos pulmões e uma melhor distribuição de ar nos alvéolos pulmonares.1 Por essa razão, a posição é bastante utilizada para promover melhora na oxigenação de pacientes com doenças pulmonares, como a COVID-19.

A posição de lado costuma ser bastante recomendada para manter o alinhamento da coluna, mas pode apresentar algumas particularidades em grupos específicos como as gestantes. Com o crescimento do bebê, a veia cava inferior, que leva o sangue para o coração, começa a sofrer compressão quando se deita sobre o lado direito do corpo, motivo pelo qual em geral as grávidas são orientadas a dormir sobre o lado esquerdo para favorecer a circulação.

Assim como nas demais posições, deitar-se de barriga para cima também pode ter efeito sobre o organismo. Ao dormir, a musculatura relaxa e a ação da gravidade sobre a língua e a mandíbula pode facilitar o estreitamento da via aérea superior causando ronco ou até mesmo episódios de obstrução com interrupção da respiração em alguns indivíduos propensos, uma condição chamada de apneia obstrutiva do sono (AOS).

A apneia do sono ou ronco podem ocorrer exclusivamente nessa posição (apneia posicional), de maneira que a mudança de decúbito resolva total ou parcialmente o problema, conforme explica o Dr. Alan Eckeli, professor de neurologia e medicina do sono da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).

Na mesma entrevista, Gustavo Senna Chelles relata ter sido alertado pela esposa sobre o ronco e receber “cutucões” durante a noite para mudar de posição: “Muitas vezes, via minha esposa indo dormir na sala por causa do meu ronco, mesmo tentando me alertar. Frequentemente ela perdia o sono ao acordar e passava a madrugada em claro”.

Dr Alan explica que em muitos casos, no entanto, apesar de as apneias ocorrerem predominantemente na posição de barriga para cima (supina), a condição se mantém em outras posições e precisa ser tratada para evitar que as interrupções na respiração privem o corpo e o cérebro de oxigênio. Foi o que descobriu Chelles ao procurar ajuda e receber o diagnóstico de apneia do sono.

A indicação de tratamento mais comum para pacientes com apneia do sono moderada ou grave é o uso de terapia com CPAP – pressão positiva nas vias aéreas.5 O equipamento gera um fluxo de ar que pressuriza a via aérea através de uma máscara, promovendo a desobstrução.

Graças à tecnologia, hoje já existem diversas opções de máscaras no mercado para permitir aos pacientes em tratamento dormir na sua posição de preferência ou movimentar-se na cama com mais liberdade. A empresa ResMed, pioneira em soluções para o tratamento da apneia do sono, oferece um portfólio completo, com lançamentos como a AirFitTM N30 uma máscara nasal de design anatômico, leveza excepcional (45g) e com mínimo contato com a face ou a AirFitTM F30i, um modelo oronasal com a conexão ao tubo de ar no topo da cabeça, para permitir ao paciente dormir em qualquer posição.

Gustavo Chelles relata que o uso do CPAP melhorou muito sua qualidade de sono e a de sua esposa, e que uma máscara como essa, que permite conectar o tubo de ar sobre a cabeça lhe proporcionou virar para os lados (sua posição preferida para dormir) sem se preocupar com o que fazer com o tubo de ar, além de ser muito silenciosa e confortável.

A apneia do sono é um distúrbio comum, afeta 1 em cada 3 brasileiros6 e está relacionada à pior qualidade de vida e de sono, além de problemas de saúde como hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares, devendo ser investigada e tratada nos casos moderados e graves.5

 

Diário do Ribeira/Gazeta SP

Foto: Youtube

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