Da característica peculiar de cidade pacata e tranquila para uma cidade tomada pelo tráfico, com sucessivos casos de polícia. Depois de ocorrências de pequenos furtos, com apreensões de entorpecentes, passando por arrombamentos de residências e estabelecimentos comerciais, agora as ocorrências apontam para uma preocupante inclinação de um município visado por criminosos mais ‘experientes’, meticulosos e quiçá perigosos.
Em pouco mais de uma semana houve duas incidências de crimes que hastearam as bandeiras vermelhas dos moradores de Cananéia.
As ocorrências em questão chamam a atenção devido ao fato de se desenrolarem da mesma maneira, desde a abordagem do criminoso, que se apresenta como um integrante de uma facção criminosa, com uma arma de fogo em punho e oferecendo a condição de reconsiderar a missão de ‘apagar’ a vítima sob a condição de que esta lhe entregue uma quantia em dinheiro e/ou objetos de valor até o seu desfecho, onde ele ordena que a vítima o transporte com os itens roubados até um determinado ponto a partir do qual empreende fuga.
O caso atual se deu no bairro Rocio, na noite desta quinta-feira (08), momento em que uma das vítimas saiu de sua casa em direção à casa dos pais, que residem logo à sua frente, no mesmo terreno.
A vítima relata que antes mesmo de conseguir chegar à cozinha do imóvel, foi abordado por um indivíduo armado e que este vestia uma jaqueta, calça e máscara pretas, tênis azul, e touca bege e ainda portava uma mochila vermelha com temas infantis.
O criminoso apontou o revólver para a cabeça da vítima e ordenou que ele retornasse para a sua casa, ao mesmo tempo em que mostrava que a arma estava carregada, de fato, e anunciava que estava à mando da facção criminosa do PCC (Primeiro Comando da Capital) com o objetivo de matar o seu pai, que segundo ele, estava devendo uma quantia para o seu chefe. Ele prontamente obedeceu e foi ao encontro de sua esposa e filho de 5 anos que se encontravam no imóvel.
Seguindo com o relato, de acordo com o Boletim de Ocorrência, o criminoso exigiu a quantia de R$ 20.000,00 como condição para voltar atrás e poupar a vida do pai da vítima abordada, que já adiantou não ter essa quantia no imóvel e nem em conta bancária.
Diante do contexto, o indivíduo passou a exigir qualquer quantia em dinheiro e joias, com a vítima perfazendo o criminoso com tudo o que tinha de valor e mais a quantia de R$ 2.200,00 em espécie.
Após obter algum sucesso na abordagem em questão, o criminoso se dirigiu até a casa do suposto alvo, o pai do rapaz recentemente rendido e roubado.
Ao adentrar a casa , o criminoso questionou o pai, se o mesmo trabalhara na prefeitura e o apontou como devedor de determinada quantia em dinheiro para o seu chefe.
O homem que se apresentava como integrante do PCC ordenou ao casal, pais da vítima relatora, que se dirigissem à sua casa e ficassem todos em um quarto, ao mesmo tempo em que lhes fazia ameaças e pedia tudo o que havia de valor no local. Ainda perguntava se a família mantinha alguma arma de fogo no imóvel.
A vítima segue relatando que a todo momento, o individuo falava que tinha 5 munições e que iria matar todos se não colaborassem.
Assim que fez a captação de dinheiro e objetos de valor, incluindo joias e eletrônicos, o criminoso realizou uma ultima ligação no viva-voz, onde informou que estava com os bens em seu poder, momento em que o interlocutor ordenou para que ele deixasse todos na casa e abandonasse o local.
Após abordagem e roubo, o indivíduo exigiu que a vítima o levasse de carro até um local por ele determinado.
Após dirigir por aproximadamente 3km, o assaltante desceu do veículo na altura do conjunto habitacional popular CDHU, no bairro Acaraú, e finalizou ameaçando a vítima e sua família de morte, caso esta oficializasse a denúncia.
A residência não foi arrombada e também não possuía câmeras de segurança.
Diário do Ribeira